A Liga dos
Campeões acordou da habitual hibernação de Inverno e ao longo de duas semanas
ofereceu-nos oito jogos do melhor que o futebol europeu tem para dar. Com
vários plantéis reforçados, táticas afinadas e objetivos traçados, está dada a
receita para o que resta da época europeia. Agora que a primeira ronda dos
oitavos de final terminou, e todas as equipas já trouxeram os seus argumentos
para campo, o BT propõe-se analisar a jornada da Champions, elegendo os aspetos
mais marcantes da mesma.
“Criado”
no Atlético, o guardião espanhol do Manchester United deve ter sonhado várias
vezes em brilhar contra os rivais do Real. O jogo da 1ª mão dos oitavos de
final da Liga dos Campeões foi sem dúvida o realizar desse sonho, em pleno
Santiago Bernabéu.
Com
os blancos feridos pelo golo
madrugador do United, e a carregarem durante todo o jogo para conter os
estragos desse golo sofrido em casa, coube ao jovem guardião parar tudo o que
foi possível. E porque não, até o impossível.
Com
1-1 no marcador e 60 minutos no cronómetro, estavam os ingleses encostados às
cordas quando Khedira tirou um cruzamento milimétrico sobre a direita, fazendo
a bola descrever um arco perfeito pelo espaço morto entre os defesas e o
guarda-redes dos reds. Ao segundo
poste, sensivelmente à entrada pequena área, surge Coentrão a concluir em
grande estilo num movimento pleno de sincronia e põe a nação merengue a festejar durante o
microssegundo que a bola levou a chegar do pé do português ao pé de De Gea, o
herói da noite. Num movimento difícil de descrever mesmo depois de visto e
revisto o lance, o espanhol mostrou reflexos felinos e uma agilidade fora do
normal, travando o remate sobre a linha de golo, evitando a reviravolta do
marcador.
Mais
que espetacular, esta defesa foi importantíssima para o desenrolar da
eliminatória. Ao segurar o empate a uma bola, os pupilos de Ferguson garantem
vantagem para a segunda mão, vantagem essa que permite aos britânicos manter no
jogo em casa o plano de jogo cauteloso que tantas dificuldades tem criado à
equipa de Mourinho nesta temporada, e que resultou em Madrid. Se David De Gea
não tivesse feito esta defesa impossível, a história do segundo jogo seria
totalmente diferente, com o Manchester United forçado a procurar o golo desde
cedo, e a expor-se aos contra ataques letais de Ronaldo e companhia.
Pela
beleza e preponderância do momento, De
Gea merece o devido reconhecimento.
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