A quadra festiva de fim de ano tira aos portugueses algumas
semanas de liga ZON-Sagres e dá à imprensa desportiva um sempre curioso periodo
de especulação, no que diz respeito a movimentações no mercado de
transferências. Aproveitando o balanço das 12 primeiras jornadas e o que se
sabe do calendário que falta cumprir, o Bola de Trapos identifica as principais
lacunas na construção dos plantéis dos quatro maiores emblemas do futebol
nacional, e deixa sugestões de reforços acessíveis à realidade dos emblemas referidos
e que ainda assim aumentariam a qualidade das equipas.
Braga - Peseiro no Braga significava à partida uma mudança na
filosofia de jogo dos Guerreiros. O futebol de transições temíveis que
Jesualdo, Jesus e Domingos introduziram no ADN Minhoto começou a diluir-se com
Leonardo Jardim, e havia de desaparecer quase por completo na segunda metade de
2012. A verdade é que o Braga joga um futebol fluido e agradável, cria muitas
oportunidades de golo (o domínio quase inacreditável nas duas mãos do playoff
da Champions contra a Udinese, foi talvez o auge desta descrição) e oferece
opções válidas à seleção nacional. No entanto, fica a ideia que os Guerreiros
são frequentemente traídos pelo seu próprio futebol, sofrendo quase a
totalidade dos golos em erros defensivos ou lances de contra-ataque. A equipa é
agora capaz de subjugar mais facilmente os adversários, mas desapareceu muita
da coesão defensiva que outrora foi o suporte dos arsenalistas em momentos de
aperto. Douglão parece ser o cenral mais estável, mas Nuno André Coelho e Paulo
Vinícios, estão talvez uns furos abaixo do desejável para um titular. Ainda na
defesa, o lado esquerdo continua vulnerável: Elderson e Ismaily são fortes no plano
ofensivo, mas apresentam lacunas na transição defensiva.
Uma vez que os objectivos ainda ao alcance do clube passam pelas
taças nacionais e pelo 3º lugar na Liga ZON-Sagres, acreditamos que a maior
urgência do Sp. Braga nesta altura, é um central dominador. Um jogador
forte fisicamente, mas mais rápido que Douglão, com capacidade para liderar e
posicionar a defesa nas diversas situações do jogo. Tendo em conta a política
de contratações dos Minhotos, que na maior parte dos casos recuperam jogadores
que já deram provas em Portugal e estão algo "fora do mapa" nos dias
que correm, a nosa escolha recai em Diego Ângelo. Central brasileiro de
grande envergadura (1,92m e 89Kg), atuou na Naval 1º de Maio (onde até fez
dupla com Paulão, outro central que deixou saudades em Braga), onde deu
excelentes indicações, despertando o interesse do Sporting e de clubes
italianos. Acabou por rumar ao Eskisehirspor da Turquia, (depois de uma
passagem fugaz pelo Génova, onde esteve poucos dias, devido ao excesso de
extra-comunitários) onde cumpre a terceira temporada e é titular absoluto (39
jogos na época passada, e 16 na presente temporada). Um jogador fiável - pouco
dado a lesões e não conta com nenhuma expulsão nas últimas 5 épocas -,
conhecedor do futebol português, maduro mas com muito futebol para dar (tem 26
anos) e que poderia ver com bons olhos o regresso a Portugal pela porta grande:
em suma, o negócio tipo de Salvador.
Boa opção? Alternativas?
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